terça-feira, 14 de junho de 2011

#5



olhamos para as pessoas e as pessoas mais velhas ou mais cansadas ou mais usadas, as pessoas como objectos estragados, irreparáveis.
e carregamo-las se necessário, porque amamos uma ou duas, porque uma ou duas nos são vitais - e, mesmo assim, as pessoas sempre a um passo de se tornarem memória, gradualmente mais difusa, o tom de voz irreconhecível, um rosto a desfazer-se em cor numa fotografia por acaso, um dia no ano a recordar e pó, no fim, sobre os móveis e um casaco que nunca fomos capazes de deitar fora.



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